quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

"Solidão é a ausência de si mesmo"

Helena Wester, colega do Batuque no Coreto, deixou o seguinte comentário:

Mauro, vou usar aqui uma frase do livro "Alma Imoral" sobre solidão.
"Solidão é a ausência de si mesmo".

Libertdade temos o tempo todo. É uma questão de administração.
Acho muito bom refletirmos sobre um tudo...

Helena


Que bom, Helena, esta troca de idéias a partir dos nossos textos. Já valeu a pena criar o blog.
Durante a minha adolescência a sensação de solidão me incomodava muito. recentemente eu passei a entender que inevitavelmente somos todos sós, entendendo a solidão como a ausência da segurança da proximidade de qualquer outra pessoa que teria o papel de nos ser complementar. A frase do livro "A Alma Imoral", que você cita, é sensacional, pois é uma conclusão a qual podemos chegar, a partir de todo este papo.
Não existe tal complemento. Ou melhor, ele pode existir apenas dentro de nós. E isto que chamo de liberdade pode ser a sensação de iniciar, sem permitir que nos travem, a busca deste ser mais importante das nossas vidas: nós mesmos. O bem-estar vem da descoberta de um caminho qualquer. E realmente a temos (a liberdade) o tempo todo. É questão de perceber e decidir administrar.

Obrigado pela ajuda. Foi uma luz para organizar melhor minhas idéias. Pode ser óbvio para muitas pessoas, mas não para mim.
Tudo isto torna o ser humano bastante interessante. Cada um se forma sobre o proveito que tira de suas experiências. Somos maduros em determinados aspectos, e infantis em outros. Somos geniais e idiotas.
Humanos. Extremamente humanos.

2 comentários:

  1. Vejo a solidão como ausência de Deus em nossas vidas, somente através do íntimo relacionamento com ele seremos preenchidos. Somos partículas do grande criador, por tanto é necessario conhece-lo é necessário que o pingo d'agua encontre o mar. como disse Gil: "Se eu quiser falar com Deus tenho que comer o pão que o diabo amassou"
    ou "é preciso aprender a só ser".

    Te amo,
    Leninha

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  2. Se eu quiser falar com deus
    Tenho que ficar a sós
    Tenho que apagar a luz
    Tenho que calar a voz
    Tenho que encontrar a paz
    Tenho que folgar os nós
    Dos sapatos, da gravata
    Dos desejos, dos receios
    Tenho que esquecer a data
    Tenho que perder a conta
    Tenho que ter mãos vazias
    Ter a alma e o corpo nus
    Se eu quiser falar com deus
    Tenho que aceitar a dor
    Tenho que comer o pão
    Que o diabo amassou
    Tenho que virar um cão
    Tenho que lamber o chão
    Dos palácios, dos castelos
    Suntuosos do meu sonho
    Tenho que me ver tristonho
    Tenho que me achar medonho
    E apesar de um mal tamanho
    Alegrar meu coração
    Se eu quiser falar com deus
    Tenho que me aventurar
    Tenho que subir aos céus
    Sem cordas pra segurar
    Tenho que dizer adeus
    Dar as costas, caminhar
    Decidido, pela estrada
    Que ao findar vai dar em nada
    Nada, nada, nada, nada
    Nada, nada, nada, nada
    Nada, nada, nada, nada
    Do que eu pensava encontrar


    Gilberto Gil

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