terça-feira, 14 de dezembro de 2010

“As coisas estão no mundo. Só que eu preciso aprender”

Há anos que eu envio o texto abaixo aos meus amigos, neste período festivo do ano. Não acho necessário acrescentar nada, modificá-lo ou substituí-lo por um outro qualquer.

É muito possível que você já o conheça. Se assim for, recomendo que releia calmamente, degustando as palavras.

Palavras podem ser poderosas. Elas expõe ao mundo, quando falamos, o que estava apenas em nossa mente. Quando as utilizamos cedendo-lhes nossa energia, transformam-se em ação, em poder. É o processo de criação que nos cabe e pelo qual somos responsáveis. Por isso devemos ter cuidado com as palavras que saem das nossas bocas e com as energias que damos a elas. Pois se a palavra é um poder devemos saber que o silêncio também o é. Que a gente desenvolva cada vez mais a sensibilidade de saber a hora de falar e a hora de calar.

Este blogue iniciou como uma brincadeira, um exercício pessoal de escrita e divertimento, mas percebo que ele está sendo muito mais do que isso. Ele tem facilitado a minha aproximação das pessoas que já leram uma ou outra postagem. Ele tornou-se um instrumento para que eu rompa a distância entre mim e as outras pessoas, imposta pela minha timidez. Apesar disso, ele sempre será uma brincadeira.

O texto foi escrito por Victor Hugo. Mas as palavras passaram a ser minhas quando as li.
E a partir deste momento também serão de vocês. Façam delas o melhor proveito possível.


Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar ".

Esteja certo que este texto será reenviado por mim no próximo ano. Cada janeiro traz a idéia de um recomeço. E que sempre haja amor para recomeçar.

Um grande abraço!
Mauro Casemiro Lima de Sá

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