domingo, 12 de dezembro de 2010

Quem não gosta de samba, bom sujeito não é. Se der Flu na cabeça é melhor meter o pé.

A torcida do Fluminense escolheu a Praça São Salvador para comemorar o título de campeão brasileiro, conquistado no domingo passado. O Batuque No Coreto não sabia disso e se encontrou para mais uma roda de samba, que teria início às 18 horas.

Divididos entre os que achavam que daria certo iniciar nossas atividades e os que achavam melhor cancelá-la, ganhou o primeiro grupo e, assim decidido, montamos nossa infra-estrutura.

Ao iniciarmos nossa roda, parabenizamos os tricolores e dedicamos aquela noite como uma contribuição para a festa.

Não deu certo.

Alguns torcedores exaltados queriam que tocássemos as suas músicas, isto é, os gritos da torcida cantados nos estádios. Evidentemente não aceitamos fazer isso e insistimos com nosso samba de raiz.

Bastava um pequeno intervalo para que os torcedores entrassem com seus gritos de guerra e de louvação ao Flu. A coisa ficou antipática, tendendo ao descontrole. Temíamos pela segurança dos equipamentos e tivemos finalmente a certeza de que aquilo não daria certo.

Tocamos poucas músicas e logo decidimos encerrar nossa roda, deixando o coreto para a rara comemoração de um grande título pelo Fluminense. Houve um início de confusão, mas deixamos o local e fomos guardar os equipamentos.

Eu tinha 12 problemas para resolver. Era uma dúzia de latas de cerveja geladas que eu levara para consumir e distribuir entre os mais próximos durante a roda de samba.

Como eu não queria voltar para casa com elas, convidei dois amigos para me “ajudarem” a consumir, enquanto bateríamos um papo, no outro lado da Praça, onde não havia tricolores.

O número de pessoas e de latinhas se multiplicou. Aos poucos, sem os tricolores, as pessoas que haviam se dispersado voltaram, algumas ainda com seus instrumentos. Fui ao carro, peguei as cervejas e minha cuíca de novo. Apareceram o PC, o Pedro, o Natan, o Manoel, o Pinheiro. Depois chegou um grupo de pandeiristas, alguns tamborins e chocalhos. Deu samba de novo. Tocamos felizes até as dez, bebemos e conversamos até bem mais tarde. Conheci pessoas que nunca tinha visto e outras que eu sempre vejo e, por timidez, nunca havia criado coragem de me aproximar.

Saímos, mais uma vez, felizes da Praça.

Mais um milagre de São Salvador para os que não são ruins das cabeças e nem doentes dos pés.


3 comentários:

  1. Esse é o melhor samba, o que brota desavisado.

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  2. Tô querendo saber quando é que vai rolar um aviso, um convite... Já estou pronta pra ver qual é dessa roda!

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  3. Carol, O Batuque No Coreto se reune aos sábados, na Praça São Salvador, em Laranjeiras. O Samba acontece a partir das 18 horas e vai até as 10 da noite, em ponto. O convite é desnecessário. Principalmente para uma percursionista como você. Leve algum instrumento, se possível, para fazer parte da roda. Eu raramente deixo de comparecer.
    Mais detalhes entre no blogue do grupo:http://batuquenocoreto.blogspot.com/

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