quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ou tire ela da cabeça ou mereça a moça que você tem.

Os colegas evolucionistas protestaram contra a minha última postagem, “Coisa Nenhuma no Mundo Interfere Sobre o Poder da Criação”, citando Charles Darwin, apelando para o meu lado racional, intelectual, prático. Calma moçada! “Há muitas coisas entre os céus e a terra do que julga...”

Andei pensando com meu lado evolucionista e concluí que muitas agonias humanas surgem do choque entre instintos e comportamentos sociais adaptados para novas realidades. Vou tentar explicar:

É notória a diferença entre homens e mulheres no que diz respeito a executar múltiplas tarefas. A incrível capacidade feminina de distribuir sua atenção a várias tarefas ao mesmo tempo contrasta com a intensidade de concentração masculina em apenas um objetivo por vez. Eu, por exemplo, nunca compreendi um fogão de seis bocas para apenas uma pessoa cozinhar! E elas ainda falam, ao mesmo tempo, ao telefone, lavam umas louças, reparam que tem uma sujeirinha na parede...

Apelando para a minha compreensão do evolucionismo, creio que os seres humanos que sobreviveram por melhor se adaptarem às hostilidades conseguiram tal feito pela escolha acertada de viver em sociedade.

A associação entre homens e mulheres tornou-se útil e necessária já a partir da ideia de reprodução e manutenção da espécie, visto que a fragilidade da fêmea aumenta durante a longa gestação. O homem assumiu a função de protetor, durante este período. Mas não dava para ficar protegendo a fêmea o tempo todo!

Era necessário sair para caçar. A solução foi aumentar o grupo, de modo que, mesmo as fêmeas não prenhas pudessem auxiliar às que estavam grávidas. Assim os homens ficavam livres para a caça e a guerra.

Nas matas, longe da tribo, os homens se concentravam na caça. Não podiam perdê-la de vista, sob pena da fuga e o fracasso do evento. Assim, os detalhes ao redor eram, de um modo geral, ignorados.
Olho no ser a ser caçado: Alcançá-lo é o que importa! Detalhes que existem entre caçador e caça só são relevantes se puderem interferir no processo da captura.

No abrigo, as mulheres cuidavam de si e dos filhotes. Precisavam manter o ambiente organizado, para um  melhor controle. Tudo precisava, a todo momento, ser avistado. A atenção se dividia aos movimentos e a tudo o que havia no ambiente. Elas garantiam a casa. Eles a caça. Elas deixavam tudo preparado para o grande e fundamental momento do retorno dos caçadores. Eles traziam comida e as permitiriam relaxar um pouco com a vigilância.

Milhares de anos após, os reflexos destes comportamentos básicos que, embora sociais, são baseados firmemente nos instintos de sobrevivência e manutenção da espécie, podem estar interferindo na vida social atual.

O mundo mudou. Homens e mulheres tem praticamente as mesmas funções em muitas sociedades ocidentais. Se assim não é de fato, é de direito. As necessidades podem ser supridas pelo macho ou pela fêmea. Excetuando, pelas vias normais, a gestação.

Mas nossos instintos estão aqui, registrados nas nossas profundezas. Homens desatentos a tudo o que não é o seu objetivo, mulheres ligadas em tudo. Homens voltados para fora do lar, mulheres para dentro. Homens objetivos, mulheres subjetivas. Estes concretos, estas, abstratas. Eles cuidam do que veem. Elas temem o que não veem.

Eis que se forma um casal. A mulher quer do homem o que ela sempre, raramente, desfrutou. Quer os prazeres que os homens traziam das matas com ele: Comida fresca, sexo, proteção, relaxamento na defesa de predadores.

O homem quer apenas comer, transar e repousar.

A companhia que os dois desfrutavam no encontro era muito mais intensamente percebida pela mulher. O homem a obtinha mas a relacionava a todo o ambiente. Mulher e caverna eram uma só delícia. A mulher era o próprio lar para os homens. O homem era o que faltava no lar, para a mulher.

Hoje homens chegam, transam e descansam, sentem-se muito bem com isto. Mulheres querem muito mais que transar e descansar. Querem companhia, querem conversa, querem ajuda. Querem segurança.

A mulher, na sua solidão, pensa nestas coisas o tempo todo. Deseja o tempo todo.
Nós homens, na nossa solidão, achamos que é assim mesmo. Não imaginamos, não desejamos, não queremos nada, por não sabermos o que querer. Pelo simples fato de não criarmos, em nossas mentes, soluções para nossa solidão.

E a solução é um perceber o outro. Entender suas carências e perceber que, na verdade, elas são comuns aos dois. E procurar dar o que se deseja, fazendo o outro perceber o que se deseja, para ele receber também.

Então segue a dica: Machos da espécie que vivem nas regiões ocidentais do planeta, conheçam suas fêmeas! Desfrutar com elas o que elas desejam vai ser muito bom para vocês. E vão viciar!

Fêmeas da mesma espécie e região, tenham calma. Percebam as diferenças. E, podem acreditar: O que os seus machos querem, mesmo sem saber, depois de um dia de caça, são seus braços, seus carinhos e sob certos aspectos, sua proteção. Por se sentirem seguros e satisfeitos em seus braços eles cometem a indelicadeza de adormecer deixando-as sonhar com suas companhias.

Por ignorância, nós, machos, desfrutamos muito pouco do que vocês tem a oferecer.

Conversem conosco, insistam. Um dia isto muda.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Coisa Nenhuma no Mundo Interfere Sobre o Poder da Criação

No princípio criou Deus os céus e a Terra.


Criou a luz no primeiro dia, separou águas e céus no segundo, terras das águas no terceiro e as fez frutificar. Criou o Sol e a Lua para governarem o dia e a noite. Era o quarto dia.


No quinto dia Deus encheu as terras e os mares de seres viventes. No sexto dia decidiu criar o homem e pouco depois a mulher. Os abençoou e os mandou povoar e melhorar a Terra. Deu-lhes sementes, frutas e tudo o que lhes fosse necessário.


Após o sexto dia Deus deu-se por satisfeito com sua criação. Fez do sétimo um dia de contemplação de sua divina obra concluída no dia anterior.


Seis dias. O tempo entre o nada e o tudo, entre o vazio e o pleno.


Seis dias. O tempo que Deus levou para concluir sua obra.


Seis dias. Será este o tempo divinamente oculto em que Deus acabou com a solidão, deu-se por satisfeito e deixou o homem e a mulher viverem suas ilusões até que elas acabem, até que eles percebam que não é necessário viver em busca do alimento, pois todo o alimento necessário já havia sido dado por Ele.


Não é necessário viver em busca de abrigo, pois há muito mais terra e água do que todos os seres podem precisar.


Não é necessário se lamentar pela solidão, pois nos seis dias entre o nada e o tudo Deus criou também a felicidade, a paz e o conforto e entendeu que, apesar de serem indivíduos solitários, seria bom que homens e mulheres tivessem companhia.


Seis dias. O tempo dos homens é diferente, relativamente maior. Os homens passam todo o tempo de suas vidas e não conseguem perceber tudo o que Deus lhes deu em apenas seis dias de criação.


Sorte do homem que tem a felicidade de descobrir que há algum lugar, em algum momento, pleno do que necessita. Que toda uma vida humana de procura foi por Deus divinamente resolvida, antes mesmo que a sua criação chegasse ao sétimo dia.

Seis dias...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O mundo passa por mim todos os dias, enquanto eu passo pelo mundo uma vez

Acordei antes das cinco da manhã , depois de uma das melhores noites de sono da minha vida. O som do vento trazendo a chuva que batia forte na janela do meu quarto me fez despertar antes mesmo que o despertador tocasse.

Amanheceu de uma maneira diferente dos últimos dias.  O céu estava vivo, as camadas de nuvens baixas correndo de um lado para outro, ao sabor dos ventos. Diversos tons de cinza que em colunas de chuva que se estendiam até o chão,visíveis no horizonte. Como diria Haroldo, morador da Praça São Salvador: “Nunca vi tão lindo”.

As roupas que minha preguiça do dia anterior me impediu que as retirasse, já secas, do varal,  estavam encharcadas pela água da constante chuva. Bom! Elas precisavam mesmo voltar para a máquina de lavar e serem enxaguadas com um amaciante mais perfumado.

Desci até a garagem descoberta do condomínio para pegar o carro e o vento começou a brincar com meu guarda-chuva, impedindo que eu o sustentasse sobre meu corpo para me proteger da chuvisco que dançava ao sabor do vento brincalhão.

Dias chuvosos no Rio de Janeiro são dias de frota completa no asfalto. Todos tiram seus carros da garagem e vão às ruas. Aproveitei o engarrafamento para bater um gostoso papo com minha filha, que temia chegar atrasada à escola. Eu a acalmei, dizendo que hoje é um dia especial e nada pode dar errado. Chegamos a tempo na escola.

Voltei para casa e aqui estou, escrevendo estas palavras para agradecer à vida por esta maravilhosa e bela manhã, anunciada ainda nos inesquecíveis primeiros minutos desta milagrosa e mágica segunda-feira, Dezesseis de Maio do Ano  Dois mil e Onze de Nosso Senhor São Salvador.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Pois eu sonhei contigo e caí da cama. Ai, amor, não briga! Ai, não me castiga! Ai, diz que me ama e eu não sonho mais!

"Aprendi a não tentar convencer ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro."

(José Saramago)

Eu não vejo glória em convencer, em colocar minhas ideias nas cabeças dos outros para que pensem com elas. Gosto de colocar minhas ideias para fora, para que as pessoas as considerem na hora de formarem ou transformarem as suas próprias ideias.

Não desejo que passem a fazer ou ser o que eu quero. Pelo prazer, gostaria de estar cercado de pessoas que já fazem naturalmente o que eu quero, de pessoas que sejam naturalmente como eu quero. Mas as pessoas diferentes são mais úteis ao crescimento. Elas trazem o aprendizado.

Não acredito em conquistas. Acredito em identificação, em atração de semelhantes.

Lembro-me de um personagem que muito me emocionou em um filme americano chamado “Campo dos Sonhos”. A história ocorria na década de 1980, e o personagem citado havia sido um “guru” dos anos 1960 que desistira de sê-lo. Ele constatou que muitas pessoas estavam vivendo apoiadas nas ideias dele, baseadas nos pensamentos que ele divulgou e percebeu nisso uma coisa ruim. Principalmente pelo fato de muitos agirem de forma equivocada, regidas por ideias mal compreendidas.

Há um livro que acho fascinante: “Ilusões”, de Richard Bach, que conta a história de um homem que nasceu destinado a ser um messias e desistiu de exercer a função. Ele não queria seguidores, queria apenas que cada um seguisse seu caminho.

Não acredito como característica minha tentar me convencer de algo.
Creio que eu tente apenas entender as coisas. Não gosto de fechar como verdade a primeira linha de pensamentos com lógica aceitável que surja. Gosto de criar alternativas e pensar: “e se não for nada disso?”.

Também não gosto de ficar em cima do muro. Digo: “Pode ser que eu mude de ideia amanhã, mas hoje eu realmente penso assim”.

Existem conceitos que formulamos que são, numa primeira fase, absolutamente teóricos. As ideias se desenvolvem através das informações e das interpretações que damos a elas. Mas com o decorrer da vida, nos deparamos com experiências que podem confirmar ou transformar as teorias criadas. Aqui mora a liberdade que eu acredito ser ilimitada e que eu posso viver. A liberdade de pensar.

Muitas vezes o falar o que se pensa pode ser um erro. Em geral é algo desnecessário. O falar passa, quase sempre, pela vaidade de ser admirado pelas ideias ou a necessidade de marcar posição. No meu caso, confesso, luto contra a minha vaidade.
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Pensando no auto-convencimento, há duas possibilidades que vislumbro de imediato: Eu tentar me convencer que alguma coisa é diferente da maneira que eu compreendo ou eu gerar ideologia para explicar algo que quero que aceitem, aplicando toda a minha energia a para tornar esta ideologia verossímil, chegando ao ponto de acreditar nela como verdade. Não gosto de cometer nenhuma das duas ações. Na primeira eu seria falso comigo, na segunda com as demais pessoas. E falsidade é algo que eu rejeito. Prefiro me permitir mudanças na maneira como compreendo as coisas. Prefiro não tentar provar nada para ninguém.

Eu sou brasileiro, mas desisto fácil.

domingo, 1 de maio de 2011

Todo dia ele faz tudo sempre igual...

Falar que está ficando chato e exagero, na verdade eu adoro cada vez que acontece. Mas que está óbvio demais está. Decisão de campeonato entre Flamengo e Vasco é igual aos filmes sobre a paixão de Cristo: Existem várias versões, diversos enfoques do drama, mas a gente já sabe quem vai morrer no final.

Parabéns imensa e feliz Nação Rubro-Negra!