Outro
dia eu comentei sobre o bom texto que Pedro Bial escreveu após a
morte do Bussunda, e tentei ir além de sua ideia de que morrer é ridículo. Concluí que o ridículo, pra mim, é a expectativa de que
as coisas aconteçam como desejadas.
Posso
parecer pessimista, mas garanto que tal conclusão a meu respeito é um equívoco.
Talvez minha confiança na vida seja tão grande a ponto de eu cometer
a loucura – na visão de muitos - de pensar quase nada no
futuro.
Nada garante nada. Talvez por isso a paixão pelo futebol seja tão intrigante: Placares injustos acontecem com frequência e marcam as histórias dos campeonatos. De alguma forma ali aprendemos em pequenas doses o que nos traz a vida.
Nada garante nada. Talvez por isso a paixão pelo futebol seja tão intrigante: Placares injustos acontecem com frequência e marcam as histórias dos campeonatos. De alguma forma ali aprendemos em pequenas doses o que nos traz a vida.
Mas
as dores das derrotas no futebol não duram mais que uma semana, e
todo mundo sabe disso.
Algumas
dores da vida, contudo, duram muito tempo, às vezes por toda a vida.
E doem porque, seja pela lógica ou pelo suposto merecimento,
acreditamos que a realidade poderia ser diferente do que de fato é.
O
que ocorre, na verdade, é que o desejo se sobrepõe à lógica e a
falta de informação ou a interpretação errônea da realidade
alimenta os sonhos difíceis de tornarem-se reais.
Um
ataque cardíaco, por exemplo, pode levar hoje à morte o atleta que
até ontem corria pelas ruas, almejando as próximas
Olimpíadas. Basta que ele desconheça seu problema no coração e
por conta disso espere que um esforço maior lhe traga
rendimentos físicos, nunca o óbito.
Tal
atleta projetou o futuro contando com a saúde de seu corpo,
ignorando a história dele, seus detalhes e seus pontos fracos.
O
homem que se aproxima da bela mulher, atraído por seu sorriso e
beleza, e obtém gentis respostas às suas perguntas, acaba por
desejá-la, se ilude mergulhando na paixão, ignorando seu
passado e a história que ela guarda em seu coração, que obstruem a
entrada de novas experiências: Amores, desilusões, medos, desejos
e esperanças.
Ele
não sabe, mas não lhe sobrou espaço. Não vai rolar.
- Mas então, - hão de perguntar - Como viver sem expectativas, como seguir sem sonhar?
- Mas então, - hão de perguntar - Como viver sem expectativas, como seguir sem sonhar?
Acredito
ser eficiente viver o que diz a música de Almir Sater, Tocando em
Frente, ou o conselho da
peixinha Dori, da animação Procurando Nemo:
- Quando a vida decepciona, qual é a solução? - perguntou Dori.
- Não sei qual é a solução! - Disse o pai de Nemo.
- Continue a nadar! Continue a nadar! Continue a nadar!
Com
a prática vai-se descobrindo que isso traz leveza, talvez porque,
vivendo em tal atitude, consegue-se – por tornar-se necessário -
jogar fora o peso do passado inútil, que carregamos o tempo todo por conta da intenção
velada de lançarmos mãos dele nos momentos em que desejarmos pensar
no futuro, devido
à necessidade - que teimosamente criamos - de buscar
segurança.
E em busca desta inalcançável segurança, nós aprisionamos o futuro sem dar a ele a chance de cumprir o seu delicioso e fundamental papel de nos surpreender.
E em busca desta inalcançável segurança, nós aprisionamos o futuro sem dar a ele a chance de cumprir o seu delicioso e fundamental papel de nos surpreender.
Tocando Em Frente
(Almir Sater)
Ando devagar por que já tive pressa
E levo esse sorriso por que já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe,
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Nada sei.
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou.
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
Todo mundo ama um dia todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz.
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz.
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
(Almir Sater)
Ando devagar por que já tive pressa
E levo esse sorriso por que já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe,
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Nada sei.
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou.
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
Todo mundo ama um dia todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz.
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz.
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.