Tenho acompanhado,
muito menos que desejaria, os noticiários sobre os protestos nas
ruas das grandes cidades brasileiras.
Estava observando e pensando sobre o tema, pensando em publicar alguma coisa aqui, quando meu amigo Márcio Maturana, jornalista, postou no Facebook o texto “O Outono da Ignorância”, de Ruth de Aquino, publicado na Revista Época. Faço minhas as suas palavras.
Acho curiosa a reação
aos fatos, tanto da população que não participa dos protestos como
da mídia. Os jornais, em especial os telejornais, iniciaram dando
destaque ao vandalismo, praticamente ignorando, muito menos
interpretando o significado destas manifestações, acreditando serem
pontuais, isoladas e independentes. Serviram como porta-voz dos
governantes, reforçando seus discursos de que eram ações
articuladas com cunho puramente político.
Mudaram de atitude
quando jornalistas se tornaram vítimas da violenta e desorientada
repressão por parte da polícia. Começam a perceber que os fatos
podem ser consequência da gota d'água que faltava, o peso visível
que um aumento das passagens causa em um orçamento doméstico.
Virou corrida contra o tempo. Estão incomodados os políticos, tentando conter a possível bola de neve, pois sabem que, se ela se formar, irá rolar sobre suas cabeças e seus atos corporativos e corruptos. Está assustada a parte da população que durante anos e anos é pisoteada, achincalhada, roubada e explorada, e que nunca teve reação, por falta de fé ou de coragem, de ir para as ruas protestar. O fato é que, até agora, as manifestações estão ganhando corpo, crescendo.
Vamos ver se o futebol, com o início da Copa das Confederações, na função de circo, irá distrair a falta do pão.
Repasso o link: