Os colegas evolucionistas protestaram contra a minha última postagem, “Coisa Nenhuma no Mundo Interfere Sobre o Poder da Criação”, citando Charles Darwin, apelando para o meu lado racional, intelectual, prático. Calma moçada! “Há muitas coisas entre os céus e a terra do que julga...”
Andei pensando com meu lado evolucionista e concluí que muitas agonias humanas surgem do choque entre instintos e comportamentos sociais adaptados para novas realidades. Vou tentar explicar:
É notória a diferença entre homens e mulheres no que diz respeito a executar múltiplas tarefas. A incrível capacidade feminina de distribuir sua atenção a várias tarefas ao mesmo tempo contrasta com a intensidade de concentração masculina em apenas um objetivo por vez. Eu, por exemplo, nunca compreendi um fogão de seis bocas para apenas uma pessoa cozinhar! E elas ainda falam, ao mesmo tempo, ao telefone, lavam umas louças, reparam que tem uma sujeirinha na parede...
Apelando para a minha compreensão do evolucionismo, creio que os seres humanos que sobreviveram por melhor se adaptarem às hostilidades conseguiram tal feito pela escolha acertada de viver em sociedade.
A associação entre homens e mulheres tornou-se útil e necessária já a partir da ideia de reprodução e manutenção da espécie, visto que a fragilidade da fêmea aumenta durante a longa gestação. O homem assumiu a função de protetor, durante este período. Mas não dava para ficar protegendo a fêmea o tempo todo!
Era necessário sair para caçar. A solução foi aumentar o grupo, de modo que, mesmo as fêmeas não prenhas pudessem auxiliar às que estavam grávidas. Assim os homens ficavam livres para a caça e a guerra.
Nas matas, longe da tribo, os homens se concentravam na caça. Não podiam perdê-la de vista, sob pena da fuga e o fracasso do evento. Assim, os detalhes ao redor eram, de um modo geral, ignorados.
Olho no ser a ser caçado: Alcançá-lo é o que importa! Detalhes que existem entre caçador e caça só são relevantes se puderem interferir no processo da captura.
No abrigo, as mulheres cuidavam de si e dos filhotes. Precisavam manter o ambiente organizado, para um melhor controle. Tudo precisava, a todo momento, ser avistado. A atenção se dividia aos movimentos e a tudo o que havia no ambiente. Elas garantiam a casa. Eles a caça. Elas deixavam tudo preparado para o grande e fundamental momento do retorno dos caçadores. Eles traziam comida e as permitiriam relaxar um pouco com a vigilância.
Milhares de anos após, os reflexos destes comportamentos básicos que, embora sociais, são baseados firmemente nos instintos de sobrevivência e manutenção da espécie, podem estar interferindo na vida social atual.
O mundo mudou. Homens e mulheres tem praticamente as mesmas funções em muitas sociedades ocidentais. Se assim não é de fato, é de direito. As necessidades podem ser supridas pelo macho ou pela fêmea. Excetuando, pelas vias normais, a gestação.
Mas nossos instintos estão aqui, registrados nas nossas profundezas. Homens desatentos a tudo o que não é o seu objetivo, mulheres ligadas em tudo. Homens voltados para fora do lar, mulheres para dentro. Homens objetivos, mulheres subjetivas. Estes concretos, estas, abstratas. Eles cuidam do que veem. Elas temem o que não veem.
Eis que se forma um casal. A mulher quer do homem o que ela sempre, raramente, desfrutou. Quer os prazeres que os homens traziam das matas com ele: Comida fresca, sexo, proteção, relaxamento na defesa de predadores.
O homem quer apenas comer, transar e repousar.
A companhia que os dois desfrutavam no encontro era muito mais intensamente percebida pela mulher. O homem a obtinha mas a relacionava a todo o ambiente. Mulher e caverna eram uma só delícia. A mulher era o próprio lar para os homens. O homem era o que faltava no lar, para a mulher.
Hoje homens chegam, transam e descansam, sentem-se muito bem com isto. Mulheres querem muito mais que transar e descansar. Querem companhia, querem conversa, querem ajuda. Querem segurança.
A mulher, na sua solidão, pensa nestas coisas o tempo todo. Deseja o tempo todo.
Nós homens, na nossa solidão, achamos que é assim mesmo. Não imaginamos, não desejamos, não queremos nada, por não sabermos o que querer. Pelo simples fato de não criarmos, em nossas mentes, soluções para nossa solidão.
E a solução é um perceber o outro. Entender suas carências e perceber que, na verdade, elas são comuns aos dois. E procurar dar o que se deseja, fazendo o outro perceber o que se deseja, para ele receber também.
Então segue a dica: Machos da espécie que vivem nas regiões ocidentais do planeta, conheçam suas fêmeas! Desfrutar com elas o que elas desejam vai ser muito bom para vocês. E vão viciar!
Fêmeas da mesma espécie e região, tenham calma. Percebam as diferenças. E, podem acreditar: O que os seus machos querem, mesmo sem saber, depois de um dia de caça, são seus braços, seus carinhos e sob certos aspectos, sua proteção. Por se sentirem seguros e satisfeitos em seus braços eles cometem a indelicadeza de adormecer deixando-as sonhar com suas companhias.
Por ignorância, nós, machos, desfrutamos muito pouco do que vocês tem a oferecer.
Conversem conosco, insistam. Um dia isto muda.
Sempre único!
ResponderExcluir