terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Comunidade Impõe Respeito. Bate no Peito: - Eu Sou Beija-Flor!

Os jogadores de futebol atualmente trocam o tempo todo de clube. Hoje estão no Flamengo, amanhã no Fluminense. Um semestre no Santos, o próximo no Milan. E o ritual se repete: Festa ao se apresentarem, torcidas em delírio, e o tradicional beijo na camisa e as juras de amor pelo clube atual.

Eu sempre duvidei da sinceridade daqueles beijos. Agora eu vejo a possibilidade de serem verdadeiros.

Meus argumentos nem dão muita base para tal crédito, já que eu me baseio não no futebol, mas nas escolas de samba.

Já foi o tempo em que as pessoas torciam por uma determinada escola e “secavam” as outras. Ainda existe gente que age assim, mas assim como os dinossauros, estarão naturalmente extintos em breve.

Gosto deste espírito. Torcer pela própria vitória, pelo brilho do favorito. E os que têm outras preferências façam o mesmo, sem conflitos, sem hostilidades.

Na infância eu era torcedor do Império Serrano. Depois transitei pela neutralidade. Quando fiz minha monografia sobre a história do Salgueiro, adquiri uma simpatia muito grande pela escola. “Virei” Salgueirense.

No meu primeiro ano tocando cuíca ensaiei na Vila Isabel. Passei a gostar da escola. E, no mesmo ano, tocando como visitante em um ensaio da bateria do Salgueiro, eu conheci o saudoso Wilson, que me levou para tocar na Imperatriz Leopoldinense. Vesti a camisa. Passei a conhecer detalhes do comportamento e da história da escola.

Hoje estou na Beija-Flor de Nilópolis. Gostei da escola desde o primeiro momento em que pus os pés na sua quadra.

Conheci a força da bateria, a simpatia e a alegria das pessoas. Entendi o que a escola representa para a comunidade e vice-versa.

“É ela,
Maravilhosa e soberana,
De fato nilopolitana.
Enamorada deste meu país.

É ela,
A deusa da passarela,
Razão do meu cantar feliz.

É ela,
Um festival de prata em plena pista,
O sorriso alegre do sambista,
Ao ecoar o som de um tambor... ôô

Beija-Flor minha escola,
Minha vida, meu amor”


Em 2011 seu tema  é "Roberto Carlos: A Simplicidade de Um Rei."

Caraca! Ele realmente é mais simples que qualquer manual de física quântica aplicada em buracos negros dos universos paralelos no momento exato em que ocorreu o Big-Bang.

Nada se compara à imaginação dos carnavalescos. Falar da "simplicidade" do RC equivale a um enredo chamado:
 "Mil Gols de Val Baiano: a Habilidade de Um Craque" ou "A Delicadeza de Dunga: Gentileza Gera Gentileza"

Fazer o quê? Como dizem os jogadores de futebol em suas entrevistas: 

Quando eu entrar na Avenida com minha cuíca vou dar tudo de si!

Olha a Beija-Flor aí, gente!

Um comentário:

  1. "Prefiro ser esta metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo"

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