João Saldanha, o gaucho mais carioca que conheci. Convidado para uma palestra na Faculdade de Comunicação da UERJ, onde as aulas ocorriam à noite, só pode chegar depois das nove da noite.
Quem estudou UERJ sabe que ela esvaziava antes do final das aulas que começavam mais tarde, o chamado “Corujão”. Medo de violência, dificuldades com condução, sono, tudo contribuía para a evasão.
João começou a falar de futebol. Respondeu várias perguntas sobre o tema, satisfez a curiosidade dos alunos, e aí o assunto mudou. Ele passou a falar da cidade do Rio de Janeiro. Deu um show. O cara era um arquivo vivo. Conhecia demais a cidade e sua história. Sabia detalhes das ruas, mudanças ocorridas, famosos habitantes.
O papo foi encantador. Auditório lotado. Os alunos nem se deram conta, mas a palestra ultrapassou a meia-noite. Saldanha virou nome do Centro Acadêmico.
Voltando ao mau humor, Saldanha costumava resmungar que os compositores das escolas de samba do Rio tiveram muita sorte quando construíram a Passarela do Samba na Marquês de Sapucaí: - “Ficou mole!” - dizia ele – “Qualquer palavra que termina com a letra i faz a rima. Eu queria ver se tivesse sido construída na Almirante Cochrane!”
Está lançado o desafio.
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