segunda-feira, 2 de junho de 2014

Eu prefiro ser uma metamorfose ambulante



“O preço da liberdade é a solidão.”

Pensei e tenho afirmado a frase acima, já publiquei no blog e tenho citado nas conversas das quais participo, quando o tema é “ser livre”.
Estas conversas são frequentes, já que é comum encontrar pessoas em condições semelhantes à minha (separado, solteiro, no Rio de Janeiro, com saúde e poucos ou nenhum dependente financeiro) que lutam ferozmente para preservar tal “liberdade”.

 “Liberdade”. - Aspas por quê? - Porque a minha afirmação é tola e a luta das pessoas é vã.
Chamam de liberdade a possibilidade de utilizarem o próprio tempo e de estarem onde quiserem, sem que laços e compromissos com outra pessoa as limitem. Fecham-se, limitando o conceito de liberdade, prendendo-se a esta restrita visão, o que imediatamente derruba por terra a própria liberdade.

E fazemos isso por toda a vida. Somos assim formados e educados por pessoas que foram formadas e educadas para também serem assim. É isso que sustenta o mundo do jeito do como ele é. É isso que mantém o poder com quem o detém. É isso que nos decepciona quando atingimos metas e objetivos que não foram criados por nós, mas que foram tomados como nosso, para podermos nos sentir seguros, aceitos, integrados. Nunca seremos!

Sempre seremos frágeis, inseguros e sempre ameaçados pela não aceitação e o banimento.

Assim caminha a humanidade.

A liberdade, agora tento expandir minha ideia sobre ela absorvendo um pouco das dicas de Krishnamurti, deve estar associada à revolta, ao questionamento dos conceitos para que se destruam os preconceitos, como aqui esboço de forma tosca, não por ausência de inteligência, mas pela falta de exercício, com o próprio conceito de liberdade.

Enchemo-nos de orgulho ao dizer que somos livres: - “Tenho minha casa, meu automóvel, dinheiro para satisfazer muitos dos meus desejos, e por não estar vinculado a ninguém, posso ir a qualquer lugar, na hora que eu quiser”.

- Ótimo! Mas de nada adianta tudo isso se desejamos sempre ser algo que não somos: Desejamos ser amados pelos amigos, admirados pela sociedade, elogiados pelos nossos chefes. A moeda de troca? Fazer o que eles querem que façamos. Evidentemente o outro age de forma semelhante nas correntes de suas relações. E o mundo gira assim, acorrentado. E nada novo surge e não conseguimos sequer formular idéias para fazê-lo mudar.

A liberdade que procuro agora e na qual acredito é a liberdade ininterrupta da transformação.

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