domingo, 19 de maio de 2013

Tanta Coisa Que Eu Tinha A Dizer, Mas Eu Sumi Na Poeira Das Ruas


“Olá, como vai?”
Esta simples pergunta pode ser respondida em diversos níveis de profundidade, dependendo do grau de intimidade que se deseja alcançar.
Quase sempre banal, dita por educação ao encontrarmos pessoas conhecidas nos elevadores, no mercado, na praça. Obtém respostas que, em geral, seguem o padrão das palavras sem importância, mecanicamente proferidas e distraidamente ignoradas por quem perguntou.
É comum ser respondida com um vazio “tudo bem”, na maioria das vezes, mentiroso.
Apesar de gerar tal curiosa situação, esta pergunta, quando assim ocorre, é praticamente inofensiva. Não altera em nada o momento, o dia ou a vida do autor ou de quem a responde.
O drama começa quando já houve uma intimidade maior entre as pessoas que se encontram. Sempre fica a dúvida sobre o que realmente se está perguntando.
Você encontra o antigo amor que já não desperta o mesmo interesse do passado, faz a pergunta no “nível elevador”, e o outro, que sonhava com o encontro, responde do fundo do coração. O desencontro só é percebido no silêncio constrangedor que sucede ao mico.
Se as mesmas pessoas se encontram e as falas se invertem, a pessoa que pergunta sente o vazio da desilusão na resposta.
Este primeiro momento dos reencontros dá o tom do prazer que eles podem ou não proporcionar. Quando ocorre a sintonia, diz-se, mesmo anos após o último encontro, com prazerosa surpresa - “Parece que foi ontem que nos encontramos. Nada mudou.”
Quando ocorre a dessintonia, ao contrário, muitos encontros passam a ser evitados. O diálogo, neste caso, perde o calor e o sentido e, ao longo do tempo, as pessoas acabam se perdendo. Sinal fechado.


Sinal Fechado
Paulinho da Viola

Olá, como vai ?
Eu vou indo e você, tudo bem ?
Tudo bem eu vou indo correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você ?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranquilo, quem sabe ...
Quanto tempo... pois é...
Quanto tempo...
Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios
Oh! Não tem de quê
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona ?
Precisamos nos ver por aí
Pra semana, prometo talvez nos vejamos
Quem sabe ?
Quanto tempo... pois é... (pois é... quanto tempo...)
Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso
Beber alguma coisa, rapidamente
Pra semana
O sinal ...
Eu espero você
Vai abrir...
Por favor, não esqueça,
Adeus...



2 comentários:

  1. adoro essa músicaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa sempreeeeeeeeeeee

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  2. Ai Mauro esse grupo onde só tem homens num campo de futebol, onde vcs cantam quero morrer numa batucada. isso é preconceito, só ter homens tocando? rssssssssssssskkk só homens tocando amigo! kkkkkkk cadê as mulheres cantando e tocando? tssssssssss bjs

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